segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Você e ela

Quando estou com ela,
Só penso em você
Estando com você,
Não penso em nada.

Com ela...
A noite é pequena
A cama, minúscula.
O desejo intenso
A atração maiúscula.

Com você...
A noite é arte, é poesia,
Consigo ver a lua.
O brilho do teu olhar
Vagueando pela rua.

Com ela...
Troca de telefonemas é mais um gesto de praxe,
De educação, de conveniência, sem cobranças.
Uma noite é uma casualidade.
Obrigação mesmo é a pílula do dia seguinte,
Não uma ligação...

Com você...
O prazer de ouvir a tua voz
Limita-se na distância que nos separa.
Dia seguinte com você
É uma conquista que não para.

Com ela...
Se eu falar que a quero
Tem que levar ao pé da letra.
Até porque fica chato eu ter que explicar que,
Por hora, querer levá-la pra cama já basta,
Mas, querer sua companhia a longo prazo,
É um assunto para outro dia.

Com você...
Se eu falar que te quero
Não leve ao pé duma letra só.
Considere todo o alfabeto
Mesmo assim será insuficiente
Pois continuarei “discreto”...

Com ela eu tenho tudo
Tudo que eu quero fazer.
Com você... Minha eterna batalha,
Já que não posso te ter.

Sem dois corações no meu peito
Eis uma escolha.
Pra ela deixo minha cama
Que, depois do prazer mútuo,
Ainda reclama.

Pra você, deixo meu coração,
E o resto da poesia
Que espero um dia acabar
Totalmente dedicada a você
E, finalmente, eu possa te ter.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Pirata

Roubar desde o principio foi repudiante.
Navegar por mares desconhecidos sempre foi uma aventura ímpar.
Descobrir o tesouro era a meta
Descobrir o novo, ter o prazer de ser seu.
Porém, nem sempre o vento ajuda a caravela.
O vento que nos deixa na mão
É o mesmo que traz surpresas durante a jornada.
Navegar a esmo, na espera do inesperado
É aí que o tesouro, bem guardado, aparece.
Personificado em você, todo ouro reluzente
Confunde-se com o brilho do seu olhar atraente.
Assim como o pirata regozija-se ao encontrar seu tesouro (até então desconhecido)
Você me aparece do nada, me enchendo de esperança ainda não sentido.
Se só com palavras conseguiu me conquistar
Que dirá de quando eu conseguir abrir o baú.
Tomara que na minha volta, o vento esteja a meu favor
Dessa vez não me levando ao tesouro, já descoberto
Mas, nos mantendo rumo ao horizonte...

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Obra prima

Teu corpo nu, pele esbranquiçada
Confunde-me a uma folha em branco.
O desejo versus a ânsia de escrever-te
Pinceladas entre páginas em vão.
A espera d’um gozo advindo daquela escrita orgasmoniosa
Provinda do tesão inspiratório que transmite-me impiedosamente.
Não há borracha que apague qualquer tipo de erro
Nem corretivo que tente limar nosso desejo esparramado entre lençóis.
Deitada sobre a cama remete-me a uma obra de arte incompleta
À espera do enquadro final e da moldura satisfatória
Pela qual o autor se vanglorie de sua arte e,
Principalmente,
A fonte, a artista, a modelo ou a musa...
Se eternize pelas suas curvas.
Curvas essas que, borradas às escritas
Faz-te com que sejas plasticamente bela!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Noite de gala

Noite passada, usei suas coxas como protetor de ouvido.
O som que ecoara me fazia perder todo o sentido.
Queria eu acompanhar a bela canção que emitiras
Porém, minha boca, um tanto quanto estática e,
paradoxalmente agitada, não pudera cantar junto
com a linda e melada melodia que ali jorrava.
O show continuava intenso.
O palco - a cama.
Os protagonistas - você e eu.
A plateia - nosso sentimento, que fora deixado de lado
por algumas horas madrugais...
No cardápio, todo tipo de música,
No repertório, todo tipo de comida.
O posicionamento, já aquém diante à performance, era direcionado a esmo.
A mecânica do tesão já dava as caras.
Com o sol quase raiando,
era chegada a hora de abrir as janelas
e fechar os buracos...
Enfim,
Foi uma noite de gala.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meu purgatório

Jantar, “bebidar”, deitar, trepar.
Seja o que for.
Nunca me interessei realmente por ela, mas, me encontrei dizendo-a o quanto era bela.
De qualquer jeito era linda, por que era verdade.
Todas as mulheres são. De um jeito ou de outro.
Sempre tem alguma coisa em cada uma de vocês, mulheres.
Um sorriso, uma curva, um segredo...
Vocês, mulheres, realmente são as criaturas mais fantásticas. O trabalho da minha vida.
Mas depois tem a manhã seguinte... A ressaca.
E a constatação que eu não estou mais tão disponível quanto estara na noite anterior.
Assim, ela vai embora.
E aqui estou assombrado por outro caminho não tomado.
Caminho tomado não se sabe ao certo.
Mas, prefiro ser um canalha convicto a ser um falso romântico.
Sexo vem procedido de certo repúdio.
Ainda tenho pra mim que, acordar sozinho depois do gozo é bem melhor.
Sem bafo matinal ou bom dia cheio de romances brochantes.


Mar e Ana

Ana não conhecia o mar
Desconhecia sua grandeza
O som das águas e a dança das ondas
Ia de encontro à sua ingênua beleza
Descalça na areia; aquilo lhe atraía.
O olhar fixo no horizonte, o desejo a consumia.
O mar, todavia, soberano em sua nudez.
Por um momento acalmou-se, tornando-se seco e silencioso;
Em respeito à inocência da moça.
Mas, por pouco tempo.
Todo medo e desconfiança que ela sentira, agora,
Converte-se numa paixão repentina, que avassala o inesperado.
Ela despe-se. O mar volta a agitar-se ferozmente.
Talvez, demonstrando-a sua paixão mutuamente verdadeira.
De braços abertos ela corre em direção ao mar,
Que, estático, a espera pra ver no que dá.
Ana e o mar...
Mar e Ana!
Jogo cretino

Pra cumprir tabela, o jogo deve ser jogado.
Da mesma forma, algumas vezes, o sexo não deve ser ignorado.
Faz por que faz mesmo.
Talvez instinto animal, cretinice, desprazer. Alimento carnal.
É inegável a ausência de pudor na maioria dessas paixões repentinas.
Fácil, (ambos os gêneros).
De tão fácil, acaba desfazendo o sabor da conquista.
Com a facilidade, o desejo torna-se indiferente àquilo que, em essência, é apreciável.
Então...
Não importa se você aparenta ser difícil, se está acompanhada,
Se é casada e tem filhos, se é famosa, se é feminista,
Se é lésbica, se é milionária, se diz que não gosta de mim
ou qualquer outro motivo...
Minha ousadia será a mesma se eu estiver interessado em você.
Certo, "a caçada torna-se melhor que a recompensa"
Porém, quando se consegue o que quer,
a recompensa faz com que a caçada tenha valido a pena.
À elas

Vagueando pelas ruas, confuso fiquei
Ao deparar-me com a contraditória situação.
Não sabia se me encontrava num jardim de flores
Ou em uma floricultura regada de beleza feminina.
O movimento era intenso.
Duas por um. Três por dois.
Ambulantes versus imediatos apaixonantes.
Não tão natural quanto elas merecem,
Quiçá aromatizante.
Porém, um gesto simbólico ali personificado numa rosa qualquer.
O desdobrar de uma entrega a domicílio
Seja dentro de um caderno ou no bolso,
Numa embalagem bonitinha ou roubada de um jardim...
Nesse momento já não importara tanto.
Uma simples homenagem a elas torna-se essencial.
Um dia em um ano é pouco. Mas dois é demais.
Fundamental é sempre reconhecer e, saber que
O mundo depende da força do dito “sexo frágil”.
Simplicidade

Tudo o que é simples é belo.
Todavia, nem tudo o que é belo é simples.
Quer simplicidade maior que a obra divina?!
Na sua criação e infinita grandeza
as formas simplórias se mostram de uma singular beleza.
Uma folha caída, um olhar infantil
Andar descalço, a chuva sobre o rio
Um poema mal feito, porém de verdade
tudo errado, letras 'tronxas'... simplicidade.
(um par de sandálias, um short e uma blusa)
Linda, linda... sua essência extrapola o que usa.
Sem pintura no rosto, de cara limpa
Natural. Mais uma vez, linda!
A simplicidade lança seu ímã
a atração vai ao seu encontro.
Tudo o que é simples me atrai. Ponto.
Nuances de carnaval

Cabelo molhado; resquícios de mel.
As havaianas sustentando a 'manquidez'.
Uma cadeira, um apoio para os pés.
No batente, um admirador.
Tudo numa calçada, ao som do animador.
O doce da folia, em apenas um dia.

Fez-se presente sem chamar atenção.
Astuta cautela

Não existe local favorável quando se aflora, no mais íntimo, o instinto animal no homem e na mulher.
O ambiente mais propício para suas "ilicitações" será aquele em que ambos não resistirão à química recíproca de seu instrumental prazer.
A arte da "flecha", flertes, declarações ou poeminhas, são usadas como subterfúgio quando na prática o interesse é outro.
Seja em "moitas" ou em linhos de seda; na singela paz domiciliar ou num tórrido possante, tudo é bom, até que... NÃO!
Principalmente em espaços desfavorecidos propositalmente, em que a sensação claustrofóbica atinge seu orgasmo antes mesmo do natural.
Então, num ambiente motorizado sobre quatro rodas, o embaço do vidro se reflete nos corpos suados.
Na ânsia do prazer aquele espaço fica incessantemente quente. Os bancos já não apoiam somente as costas.
Horizontalmente torna-se um 3º elemento desse paradoxo momento, em que a luta da conquista trava uma ferrenha batalha com a cautela feminina.
Até que... Não!
A arte da dança transvestida ao prazer

Teu primeiro passo, "empassado" ao meu, parece-me perder a linha musical.
Já não sei se entro ou não no seu ritmo, ou se você pode me acompanhar
ou não na harmoniosa cretinice de minha música.
A passos largos, nossos acordes sintonizam uma bela canção.
Porém, momentaneamente (e é isso o que nos interessa),
nossa trilha sonora tem que ser passageira...
Não no sentido de um até logo, mas, d'um prazer de completar uma melodia "orgasmoniosa".
E, se por um acaso, nossa playlist estiver no final, manteremos o fogo
musical que inspira toda harmonia regozijante de nossa bela canção.
Ou então, repetiremos o set... que aí o nosso prazer será em dobro!

Mina de (c)ouro

Todo o seu processo de embelezamento gera uma atração gravitacional da tentação fatal,
anseiada pelo despimento de suas joias e vestes.
A caçada torna-se melhor que a recompensa, visto que invólucro ao desejo carnal há certa
resistência.
Sabe como ninguém a aplicabilidade da arte de cozinhar em 'banho-maria', tentado-nos afogar
em seu mar de esperança e prazer vindouro.
Há uma linha tênue entre o resistir ao extremo, e o aproveitar sem limites.